domingo, 29 de dezembro de 2013

AS ENCHENTES NO ESPÍRITO SANTO E MINAS GERAIS

Chega o verão é os desastres causados por chuvas intensas voltam a acontecer. Agora foi no Espírito Santo e em parte de Minas Gerais. Mas, em anos anteriores, aconteceu na região serrana do Rio de Janeiro ou em Santa Catarina. 

Assim, ano após ano, as mortes e a destruição da propriedade da população pobre se repetem. Como também repetem-se as desculpas das autoridades. Primeiro, culpando o tempo, esquecendo-se que chuvas intensas nessa época do ano são perfeitamente normais num clima como o nosso. Depois, alegando que estão tomando todas as providências necessárias e, tempos depois, a imprensa noticia o quão pouco foi feito para reparar os danos - um bom exemplo é a situação de Petrópolis e Itaipava, no Rio de Janeiro, dois anos depois da catástrofe que ali ocorreu. 

O que nunca vejo são autoridades assumindo a responsabilidade pelo que deixaram de fazer: pela falta de sistemas de drenagem adequados, por não removerem o lixo que entope esses sistemas, por não retirarem as pessoas residentes em áreas de risco, dando-lhes um lugar mais seguro para morar, enfim, por não cumprirem sua obrigação.

Impressiona-me muito como a vida humana é "barata" no Brasil. Como a morte ou a perda dos bens das pessoas mais pobres é encarada com tanta naturalidade. Como quase todos os governantes são tão insensíveis.

Como será que esses governantes, permanentemente preocupados apenas com seus jogos de poder e as próximas eleições, podem dormir tranquilos?  O pior é que essas pessoas tornam-se tão insensíveis, com o coração tão "endurecido", que dormem perfeitamente bem, achando que não tem culpa nenhuma. É muito triste, mas é a mais pura realidade.

Fica aqui meu desabafo.

sábado, 7 de dezembro de 2013

O PODER DO PERDÃO

Tempos atrás morreu Nelson Mandela, o Madiba, aos 95 anos de idade. Ele talvez tenha sido o maior líder político mundial das últimas décadas. E sua trajetória, indo de prisioneiro político, até Presidente da República, parece enredo de filme. Mas, sua grande contribuição para a África do Sul foi a política de reconciliação entre as populações branca e negra.

A África do Sul adotou durante séculos uma política oficial de discriminação racial (o apartheid), que deixava os negros, maioria da população local, destituída de boa parte dos direitos políticos e econômicos. E para manter os negros obedientes, os dirigentes do país cometeram muitas e sérias violações aos direitos humanos.

Mas, com o passar do tempo, a política do apartheid foi ficando cada vez mais difícil de manter. A ONU chegou a decretar um embargo econômico contra a África do Sul. E a elite branca finalmente percebeu que seria preciso promover uma abertura política. Os brancos temiam que os negros, ao tomarem o controle do governo, viessem a se vingar, como aconteceu em outros países da África, como a Rodésia (hoje Zimbabwe).

Então, Mandela entrou em cena. Ele estava preso havia décadas, por conta da sua luta contra o apartheid e era um ídolo para os negros. O governo racista o procurou e perguntou se ele toparia conduzir um processo de transição do poder, que desse aos negros os direitos devidos, mas que garantisse a integridade física e econômica da população branca.

Mandela aceitou, mesmo contra a opinião de muitos dos seus seguidores, que estavam sedentos por vingança. Ele foi libertado da cadeia, concorreu em eleições livres e foi eleito Presidente. E tornou-se, a partir daí, o garantidor da paz social na África do Sul.

Mandela teve a grandeza de saber perdoar aqueles que lhe tinham causado sofrimento, pois tinha sido torturado na cadeia. E pregou a conciliação para toda a população. E, por conta da sua forte liderança, os negros aceitaram esse compromisso e a transição foi feita de forma pacífica.

Para facilitar a transição, Mandela instituiu tribunais onde as violações dos direitos humanos cometidas pelos brancos racistas foram reveladas, mas as pessoas que tinham cometido esses delitos não sofreram qualquer punição. A punição foi apenas moral. Assim, quem tinha sofrido violência teve sua voz ouvida, mas isso foi feito sem desequilibrar o delicado equilíbrio político do país.

O famoso autor cristão Philip Yancey fez, num dos seus livros, o relato de uma sessão desse tribunal. Naquela vez, uma mulher negra se levantou para acusar um policial branco de ter matado seu marido e filho e tocado fogo nos corpos deles, tudo isso na presença dela. Ao falar no tribunal, olhando para o criminoso, sentado à sua frente, a mulher disse que o perdoava. E comentou que esperava receber visitas dele, pois não tinha mais família e queria que aquele homem passasse a fazer parte da sua nova família. O criminoso e aquela mulher se abraçaram, aos prantos, e se reconciliaram, dando um grande exemplo para todos.

Foi exatamente por usar a arma do perdão e da tolerância que Nelson Mandela conseguiu evitar um banho de sangue na África do Sul. E, por causa disso, ganhou um muito merecido Prêmio Nobel da Paz. Ao longo do tempo, até os brancos passaram a amá-lo, e ele se tornou o "Madiba", o pai de toda a nação.

Mandela era cristão (metodista) e encarnou, como ninguém, o ensinamento do perdão e da reconciliação que Jesus nos deu. E provou que Jesus estava certo, pois só o perdão constrói. O mundo ficou menor quando o Madiba morreu. Descanse em paz, Nelson Mandela. Pode ter certeza que seu exemplo frutificou.

Com carinho

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A DISCUSSÃO SEM FIM SOBRE A DECORAÇÃO DE NATAL

Todo ano é a mesma coisa: chega dezembro, as decorações de Natal aparecem em todo lugar e o mundo evangélico acaba mergulhado numa discussão interminável: é aconselhável, ou não, para os cristãos, usar esse tipo de enfeite (árvores, bolas, figura de Papai Noel e outros) nas casas e igrejas? Será que a Bíblia proíbe tal tipo de prática?

Eu já me pronunciei sobre isso aqui no blog e, portanto, não vou repetir meus argumentos - minha opinião pessoal é que esse tipo de enfeite não tem impacto espiritual negativo e pode ser usado (veja mais). Mas compreendo perfeitamente, e respeito, aqueles que não aceitam essa prática e querem banir esses enfeites da sua prática de vida. 

Na verdade, qualquer tipo de conclusão sobre essa questão, seja pró ou contra, vai sempre depender de interpretações indiretas dos ensinamentos da Bíblia, já que o tema não é tratado diretamente nela (nem poderia ter sido). Tanto é assim, que várias denominações evangélicas sérias - como é o caso do Metodismo, onde congrego - não se colocam formalmente sobre essa questão, deixando a decisão para a consciência de cada pastor, liderança de igreja local e membro. 

Portanto, a controvérsia não vai acabar. O que fazer então? Como uma comunidade cristã deve agir num caso como esse? Minha receita envolve dois passos, ambos igualmente importantes. 

O primeiro passo é eliminar as decorações que incomodam várias pessoas dos espaços coletivosO ensinamento bíblico que dá suporte a esse tipo de postura é que, se algo escandaliza meu irmão, eu devo evitar fazer isso quando estiver junto dele, como prova de amor cristão e respeito pela sua sensibilidade (1 Corintíos capítulo 8, versículos 8 a 13). Os enfeites podem não incomodar a mim, mas se atrapalham o irmão(ã) que senta ao meu lado no banco da igreja, é um erro insistir neles nos espaços comuns. 

O segundo passo, igualmente importante, é tratar do tema em classes de Escola Dominical ou de estudo bíblico, quando devem ser apresentadas as duas posições - contra e a favor -,  de preferencia por pessoas que pensem de forma diferente. 

Deve ser ainda explicado que os defensores das duas posições são igualmente sinceros, na sua tentativa de seguir fielmente o que a Bíblia ensina. E também deve ser esclarecido que haver duas posições teológicas concorrentes, num caso onde o tema em discussão não questiona os fundamentos da fé cristã, é perfeitamente aceitável. E, finalmente, precisa ser dito que, num caso como esse, as pessoas devem adotar o comportamento que suas consciências ditarem, nos seus espaços de vida pessoal. 

O primeiro passo demonstra amor cristão. Já o segundo, respeita a inteligência e o livre arbítrio de cada ser humano. Acredito que essa postura evitaria que as comunidades cristãs ficassem perdendo tempo com disputas teológicas que não vão levar a lugar nenhum. E, o pior, que a disputa teológica venha a tirar o foco da pessoa de Jesus, razão principal da comemoração do Natal. 

Afinal, os cristãos já enfrentam o problema da erosão contínua do significado do Natal, por conta do apelo excessivo ao consumo. Portanto, tudo que não precisamos é um debate como esse para tornar as coisas ainda mais difíceis. 

Com carinho

domingo, 1 de dezembro de 2013

O QUE SE DEVE AGRADECER A DEUS?

O Dia de Ação de Graças foi comemorado três dias atrás. Nessa data os evangélicos se dedicam a agradecer a Deus as bençãos recebidos. Eu não tenho dúvida quanto à enorme importância dessa prática, pois Deus se agrada de corações gratos, conforme a Bíblia ensina. 

Agora, as questões relacionadas com o reconhecimento das bençãos recebidas de Deus não são simples e, confesso, nem tudo faz sentido. Eu me explico.

Um exemplo vai ajudar a explicar o tipo de situação que costuma incomodar muitas pessoas. Houve um desastre de avião, no qual todos os passageiros, menos um, morreram. O sobrevivente era um cristão e, ao ser entrevistado, após seu resgate dos destroços, agradeceu a Deus o milagre da sua salvação. 

Ora, se aceitarmos que aquela pessoa foi salva por Deus, também precisaremos aceitar que as demais não o foram. Em outras palavras, que Deus escolheu salvar um e condenar (ou pelo menos não interferir quanto) os demais e isso não parece estar de acordo com o caráter de Deus. 

Uma situação parecida ocorre quando, num culto de Ação de Graças, dois cristão sinceros estão juntos: um louva para agradecer as enormes bençãos materiais recebidas, enquanto o outro pratica o chamado "sacrifício de louvor" (louvar mesmo sem vontade de fazer isso), pois vem passando por enormes dificuldades. Eu já vivi essa experiência nas duas condições e sei bem como é isso. 

Como entender o fato de uns parecerem mais abençoados do que outros, mesmo quando não há diferença de mérito para justificar essa assimetria? 

O fato é que não entendemos todas as razões de Deus. Não mesmo. Mas devemos nossa existência a Ele - não existiríamos se Deus não tivesse nos criado e a tudo que nos rodeia. Assim, Ele tem direitos sobre a nossa existência e nós, criaturas, não temos como questionar nosso Criador. 

Muitos não querem reconhecer essa verdade, pois atribuem a si mesmos uma importância que não têm de fato. E por conta disso se julgam no direito de questionar o que entendem ser as "injustiças" de Deus. 

Precisamos aceitar a soberania de Deus, mesmo quando não entendemos suas razões - especialmente quando elas nos parecem "injustas". A Bíblia chama a essa atitude ter "temor" a Deus. 

Mas essa aceitação não deve ser simplesmente conformada, por não haver o que fazer. Deve ser mais: trata-se de aceitar porque existe total confiança em Deus. Que suas razões, mesmo incompreensíveis, são sempre as melhores e somente visam o bem. 

E essa certeza deve nos sustentar. Por isso agradeça a Deus hoje, amanhã e sempre - não apenas no Dia de Ação de Graças. Não importa sua situação ou o que você vê acontecer com as outras pessoas no seu entorno. Seja grato pela sua vida e pelo que Ele está fazendo, mesmo que você não saiba ou não entenda. 

Com carinho

domingo, 17 de novembro de 2013

A FALTA DE ESPERANÇA DO ARNALDO JABOR

"Sempre o mal esteve relacionado com com as intenções de quem o cometeu. Os horrores do século 20 deviam nos ter ensinado que isso é uma ilusão. O absurdo é que um mal imenso ... possa caminhar junto com uma total ausência de más intenções."     Jean Pierre Depuy no livro "Por um catastrofismo esclarecido"
Em coluna publicada em 12/11/2013, no jornal O Estado de São Paulo, de onde tirei a citação acima, o cineasta Arnaldo Jabor comentou que o mal da sociedade hoje em dia não se deve a erros de ordem moral pois é sistêmico, isto é está embutido na forma como funciona a própria sociedade. Citou como exemplo a catástrofe ecológica, que não se deve à maldade do ser humano ou à sua estupidez, mas a uma forma de pensamento errada, torta mesmo. 

Concluiu que hoje, contra o mal, só temos o fraco recurso de fazer cumprir os chamados "direitos humanos". E somente se pode ser feliz hoje em dia "fechando os olhos" para as injustiças, para as catástrofes e para as violências. 

O artigo é muito interessante e não tenho espaço aqui para discuti-lo em detalhe. Mas o que me interessa analisar é que esse tipo de pensamento vai em direção totalmente contrária à do cristianismo.

Agora, por que é importante saber qual visão de mundo é a correta, a do Jabor ou a cristã? Porque quando o diagnóstico dos problemas é errado, a solução para eles também será. Jabor, de forma coerente com sua análise, não propõe nenhuma saída - se limita a mostrar como as coisas são - porque essa saída não existe. As coisas são assim porque são assim e não há muito o que possa ser feito. Não há esperança enfim.

O cristianismo diagnostica que o mal do mundo se deve ao pecado, ou seja ao fato dos seres humanos agirem de forma contrária à vontade (Lei) de Deus. Basta pensar como o mundo seria se todos seguissem verdadeiramente o mandamento de "amar ao próximo como a si mesmo". 

O tal mal sistêmico, aquele inserido na forma como a sociedade funciona, se deve, digamos assim, ao "estoque" de pecados passados. Afinal, a sociedade onde vivemos é fruto de bilhões de decisões tomadas ao longo do tempo pelos nossos antepassados e nós mesmos. E se muitas dessas decisões foram erradas, por conta do egoismo, da ganância e de outros pecados, não é de admirar que as estruturas da sociedade sejam injustas e suas regras desumanas e tudo isso concorra para infelicitar os mais fracos. 

Acho que Isso fica bem claro na questão ecológica. Diferentemente da conclusão de Jabor, foram os pecados que impediram os países de agirem de forma correta. Por exemplo, trinta anos atrás, quando a ciência entendeu verdadeiramente os problemas relcionados com a destruição do meio ambiente, para reduzir a energia baseada no carbono, trocando-a por energia limpa, um país veria seus custos de produção aumentados e perderia espaço nos mercados internacionais. E ninguém queria abrir mão de nada que tinha conquistado. 

Aí todos os governos adotaram a posição de que fariam o certo apenas se todos os países fizessem o mesmo. Essa posição cautelosa, gerada pela falta de confiança, vem atrasando a solução dos problemas e a situação piorou muito nesses trinta anos.

Agora, se o cristianismo está certo e o problema é o pecado, há esperança. Afinal, a transformação dos corações das pessoas, através da conversão a Jesus, faria com que elas se comportassem de forma diferente, mais de acordo com os desejos de Deus. E aí a situação iria melhorar - o ciclo do pecado seria quebrado e hábitos melhores passariam a imperar.

Só Jesus Cristo pode mudar esse mundo, encontrar curas para seus males e fechar suas feridas. Foi por isso que Ele, pouco antes de voltar para o Pai, ordenou a seus seguidores que fossem por todo o mundo, pregando o Evangelho a toda criatura" (Marcos capítulo 16, versiculo 15). 

Com carinho 

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O TAXISTA MISSIONÁRIO

Recentemente, passei por uma experiência muito interessante. Estava no meu carro com a minha mulher, quando um taxista parou ao lado e pediu para falar. Depois que abrimos o vidro, ele começou a falar de Jesus e nos deu um folheto escrito na frente e verso, intitulado "Carta aberta a todos os religiosos em geral".

Nesse papel ele apresenta a tese que Jesus é o verdadeiro caminho para Deus e aconselha as pessoas a reconhecerem isso. Um texto simples, sem gerandes pretensões, mas cheio de verdades.

Esse homem causou--me profunda impressão pela alegria com que falou sobre Jesus e sua dedicação ao evangelizar - seguimos seu carro por alguns quarteirões e ele entregou o mesmo papel para um monte de gente. 

Trata-se de um verdadeiro missionário, sendo seu campo de atuação as pessoas com quem cruza no trânsito de São Paulo. É alguém que cumpre realmente o mandamento que Jesus nos deu em Marcos capítulo 16, versículo 15"Indo pelo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura."

Com carinho 

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

OBAMA DISSE QUE MATA MUITO BEM

Acabou de ser lançado nos Estados Unidos um livro - "Double Down: Game Change 2012" - sobre a campanha eleitoral de 2012 que re-elegeu o Presidente Barack Obama. 

Os autores - Mark Halperin e John Heilemann - afirmam literalmente no livro que, durante a campanha, o Presidente várias vezes se vangloriou dizendo que era muito bom para matar pessoas. Estava se referindo ao sucesso das atividades que seu Governo tem tido ao conseguir matar pessoas consideradas terroristas mediante ataque de drones (aviões não tripulados).

Ora, como a Casa Branca não desmentiu essa afirmação e tentou explicá-la, dizendo que foi tirada do contexto, etc, etc, fica claro que Obama disse mesmo isso, o que é uma lástima, para um homem que se declara cristão.

Esse caso mais uma vez prova que o poder corrompe. E a corrupção aqui não é desvio de dinheiro, tão comum no Brasil, e sim desvio de propósitos. Isso ocorre principalmente quando os fins - os objetivos de um governo, por exemplo, de defender seus cidadãos - justificam os meios que são empregados, como ocorre com os ataques de drones.

Matar pessoas com a justificatica de que são "inimigas" é muito preocupante. O Governo que faz isso se arroga os direitos de policia, promotor, juiz e executor da pena de morte. Tudo de uma vez só. E uma sociedade democrática não pode agir assim.

Já se sabe que foram cometidos erros nesses ataques, pois pessoas inocentes forem mortas - hoje há até uma séire de televisão muito famosa nos Estados Unidos, chamada Homeland, cujo ponto de partida é uma situação como essa. 

E o que pode ser feito pelo Governo Obama quando percebe que cometeu tal tipo de erro? No máximo pedir desculpas, o que não adianta muito. As autoridades norte-americanas se defendem dizendo que esses são "danos colaterais", um nome pomposo para terrível expressão: "coisas ruins que acontecem durante as guerras". 

Outa justificativa comum - que seria difícil pegar essas pessoas e julgá-las pelos meios convencionais - também não "cola". Se fosse assim, deveríamos voltar ao período do linchamento, quando as pessoas presas no meio da rua eram justiçadas ali mesmo pela multidão enfurecida. Os meios legais tornam a condenação das pessoas realmente mais difícil, mas também protegem os inocentes de serem condenados pelo que não fizeram.

Um país que se diz civilizado e cristão deveria usar seu poder para fazer a coisa certa - identificar seus inimigos, e puni-los, usando os meios legais a sua disposição. E, no caso de um país poderoso como os Estados Unidos, os recursos disponíveis para fazer isso são muito grandes. E, ao fazer isso, o país ganharia estatura moral perante todo o mundo.

Outra coisa a notar é que a pena de morte agora passou a ser executada à distância, como se fosse um jogo de videogame - uma pessoa opera alguns comandos, vê o que está acontecendo numa tela e explode o "inimigo". Fica fácil, muito fácil matar alguém - no final do expediente, o perador do drone vai para casa, pensando que cumpriu seu dever e fez o bem para seu país. Não há qualquer remorso.

Pelo menos, no caso da guerra real, os soldados que matavam sabiam que faziam algo de terrível, pois viam as consequencias dos seus atos nos corpos destruídos dos inimigos. Pori sso todos aqueles que participaram de conflitos como a Segunda Guerra Mundial sempre foram unânimes em reconhecer que a guerra é um negócio terrível.

Em resumo, como o comportamento de Obama e seus principais auxiliares está distante daquilo que Jesus ensinou: amar ao próximo como a si mesmo. Será que Obama gostaria ser alvo de um ataque por avião não tripulado? De receber desculpas por que familiares e amigos seus foram mortos, com a justificativa de que não passaram de danos colaterais? Certamente não. Por que então se arroga o direito de fazer isso com os outros?

Que Deus tenha piedade daqueles que cometem esses erros e daqueles que sofrem as suas consequencias.

Com carinho

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O PAPA DISSE QUE DEUS NÃO PERTENCE A NINGUÉM

O novo Papa tem surpreendido o mundo com inúmeros gestos positivos, como o perdão para os teólogos relacionados com a Teologia da Libertação, a reforma da burocracia da Igreja Católica e o abandono dos principais sinais de luxo e ostentação.

No primeiro dia de Outubro, ele surpreendeu mais uma vez declarando saber que Deus não pertence à Igreja Católica, pois é maior do que qualquer denominação cristã, inclusive aquela que ele dirige. Ora, para o chefe de uma Igreja que sempre se considerou a única representante real de Jesus Cristo na terra, esse é um enorme avanço. 

O papa reconheceu uma verdade simples: se Deus é mesmo quem pensamos que é, Ele não cabe em nenhuma denominação. Mas é preciso humildade para dar esse passo. 

Acho que esse avanço da Igreja Católica deveria servir de inspiração para os evangélicos. Digo isso porque recentemente tornou-se comum entre os evangélicos dizer que os católicos não são cristãos verdadeiros. E a razão apontada é a questão da devoção aos santos, a aceitação de Maria como intermediadora entre Deus e os homens e outras diferenças teológicas importantes. É verdade que nenhuma dessas doutrinas é bíblica e somente encontram apoio no ensino da Igreja Católica. 

Mas será que esse desvio teológico justifica uma posição tão radical por parte dos evangélicos? E os evangélicos não têm também distorcido a palavra de Deus? O que dizer da ênfase excessiva no dízimo, na Teologia da Prosperidade (quanto mais se dá a Deus, mais se recebe d´Ele), na Confissão Positiva (quem tem fé não passa por doenças, crises financeiras, etc), dos abusos de ver ação satânica onde ela não existe e assim por diante?  Se os católicos tem o problema dos padres pedófilos, os evangélicos têm os pastores que fazem das suas igrejas um negócio. 

Não somos melhores do que os católicos e pensar assim, acredito eu, é arrogância pura e simples. E é de se esperar mesmo que evangélicos e católicos não sejam uns melhores do que os outros, afinal todos são humanos, pois pecam igualmente, como ensinou o apóstolo Paulo.

Deus não cabe dentro da Igreja Católica, pois é maior, muito maior do que ela. Mas também não cabe, pela mesma razão, dentro das dezenas de milhares de denominações evangélicas. Os católicos e os evangélicos são irmãos na sua fé e partes integrantes da Igreja de Cristo.

Em resumo, penso que a atitude do Papa deve ser saudada e aproveitada pelos evangélicos para uma aproximação. Acredito que agradaria muito ao Espírito Santo ver todas as denominações cristãs dialogando de forma construtiva para promover o avanço do Reino de Deus nesta terra.  

Com carinho   

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

UM ESTUDO DO APOCALIPSE - PARTE 6

A duração da grande tribulação 
A duração da grande tribulação está indicada no livro do profeta Daniel, capítulo 9: o anjo Gabriel disse ao profeta que seriam necessárias “setenta semanas” para os acontecimentos que levarão ao final dos tempos. Semana, nesse contexto, indica ano e, portanto, serão 490 anos. 
As profecias relacionadas às primeiras sessenta e nove semanas já foram cumpridas. Logo, falta uma “semana” ou 7 anos, que será a duração da grande tribulação.


A Trindade Satânica (capítulos 13 a 19) 
Satanás tem inveja de Deus e quer imitá-lo. É por isto que tentará estabelecer sua "Trindade", procurando confundir os seres humanos. Nela, Satanás ocupa a figura do “Pai”.

Já a figura do “Filho” será ocupada pelo Anti-Cristo. Há várias referências a essa figura na Bíblia: em Daniel capítulo 8, vesículos 9 a 25, um anjo explica seu significado; e no capítulo 11, versículos 20 a 45, são dadas informações sobre suas realizações. Ao longo da história humana, muitos personagens, como Hitler, Stalin, e até alguns Papas foram identificados com o Anti-Cristo, mas é claro que tudo isso estava errado. A Bíblia nos diz que ele comecará a atuar na história repentinamente, assim qualquer tentativa de identificá-lo previamente estará fadada ao fracasso.
Finalmente, o papel equivalente ao do Espírito Santo será cumprido pelo Falso Profeta, apresentado como a "besta que emerge da terra" (Apocalipse capítulo 13, versículos 11 a 18). O Falso Profeta procura fazer com que os seres humanos adorem o Anti-Cristo e, por conseguinte, Satanás. 

O ministério do Anti-Cristo
Durante a primeira parte da grande tribulação, 3,5 anos, o Anti-Cristo aparecerá como um homem de paz e fará alianças com muitos povos. 
O Anti-Cristo fará um grande milagre e adquirirá a admiração de grande número de pessoas, que passarão a adorá-lo. 

Depois disso essas promessas serão quebradas e ele mostrará sua verdadeira face. O Anti-Cristo fará perseguições ao povo de Deus - físicas e de natureza econômica, pois sem a marca da Besta não será possível comprar ou vender (Apocalipse capítulo 13, versículos 16 e 17).
O Anti-Cristo chegará a assumir uma posição de domínio no mundo (Daniel capítulo 11, versículos 20 a 45) e somente será parado pela volta de Cristo.

A segunda vinda de Cristo
Em Mateus capítulo 24, versículos 29 e 30, Jesus nos contou que, logo após o terremoto final, o sinal do Filho do Homem será visto por todos no céu - será um evento grandioso, causando temor entre aqueles que adoraram o Anti-Cristo.

Cristo voltará - a imagem simbólica é que estará montado num belo cavalo branco, coroado e armado com a espada da Palavra de Deus (Apocalipse capítulo 19, versículo 11) - acompanhado de seus anjos e da igreja (capítulo 19, versículo 4), para combater as forças do mal. Será travada, então, no terreno espiritual, uma batalha como nunca houve nem haverá outra igual. 
Como resultado, o Anti-Cristo e o Falso Profeta serão atirados vivos no inferno e seus seguidores mortos (espiritualmente) pelo poder da Palavra de Deus. Satanás será então acorrentado durante um período (capítulo 20, vesículos 1 a 3). 

O milênio (capítulo 20, versículos 1 a 6)
O milênio se refere a um período real, quando Cristo reinará na terra juntamente com o povo de Deus arrebanhado durante toda a história humana (Daniel capítulo 7, versículos 29 e 2 Timóteo capítulo 2, versículo 12)Esse período maravilhoso terá tudo aquilo pelo que a humanidade sempre ansiou e será a resposta final à oração "venha a nós o teu reino e seja feita a tua vontade, assim na terra, como nos céus"
A vida será farta, saudável e feliz, segundo nos conta Isaías capítulo 65, versículos 17 a 25. Será semelhante àquela que conhecemos hoje, com lares, atividades profissionais, etc –, sendo que haverá justiça para todos.  

Mas, há duas perguntas sobre o Milênio para as quais não temos respostas: 
Por que, após a segunda vinda de Cristo, não se segue imediatamente o julgamento final e o novo mundo? Por que Satanás, naquela altura dos fatos, continuará a ter um papel nos planos de Deus? 

A derrota final de Satanás (capítulo 20, versículos 7 a 10)
Ao final do milênio, Satanás será solto e, por incrível que possa parecer, voltará a enganar e seduzir muitas pessoas. Isto prova cabalmente como o coração do ser humano é enganoso. 
Mas, finalmente, será derrotado e atirado no inferno, onde ficará para a eternidade. Em outras palavras, Satanás não tem o domínio total nem do inferno

O julgamento final (capítulo 20, versículos 11 a 15)
Todos serão então julgados diante do Trono de Deus. 
O versículo 12 fala que serão abertos livros - como o relato é referente ao mundo espiritual, o símbolo do livro serve para representar a memória divina. As referências bíblicas nos permitem caracterizar três “livros”:

  • A própria Bíblia que servirá como base para estabelecer o que é certo ou errado (João capítulo 12, versículo 48).
  • O registro das obras individuais (Apocalipse capítulo. 20, versículo 13).
  • O "livro da vida" contendo o nome dos salvos (Filipenses capítulo 4, versículo 3).

Mas, se a salvação é por fé, por que então registrar as obras de cada um? Ocorre que os salvos serão julgados para recebimento de galardões (prêmios), com base no que fizeram em vida. Quanto aos condenados, o registro das suas obras servirá para provar porque estarão nessa condição.

A humanidade estará então finalmente pronta para receber o novo paraíso – a "nova Jerusalém" (Apocalipse capítulo 21).

sábado, 28 de setembro de 2013

UM ESTUDO DO APOCALIPSE - PARTE 5

A visão do trono de Deus (capítulo 4)
João teve uma visão do trono de Deus e naturalmente precisou usar de muitos símbolos para descrever o que viu:
  • O arco-iris atrás do trono lembra a promessa de Deus feita a Noé de nunca mais destruir o mundo pelas águas (Gênesis capítulo 9, versículos 11 a 17). Sempre haverá uma forma de salvação. 
  • Os 24 anciãos, coroados, vestidos de ouro e sentados em torno do trono, representam o povo de Deus ao longo de toda a história – 12 por conta das tribos de Israel e os demais 12 por conta dos apóstolos da Igreja cristã.
  • O mar de cristal puro situado à frente do trono representa a santidade de Deus e de tudo aquilo que o cerca.
  • As 7 tochas de fogo representam as 7 manifestações do Espírito Santo.
O livro e os selos  (capítulo 5)
Aparece um livro selado na visão de João e mas nenhum ser criado - quer homem, quer anjo -, foi considerado digno de abri-lo. Qual era o conteúdo daquele livro? O livro estava seguro na mão direita de Deus, cuja simbologia é autoridade e poder, logo seu texto tinha a ver com a soberania d´Ele. 

Em outras palavras, o livro continha os propósitos de Deus, escondidos do homem ("selados") desde a queda de Adão e Eva. Por isso João ficou tão perturbado quando ninguém foi digno de revelar seu conteúdo - afinal, ele conhecia a promessa de Deus de redimir o mundo e ansiava por isso, assim como todos os cristãos.
O texto nos conta que apenas o Cordeiro de Deus, ou seja àquele que se sacrificou por nós na cruz do Calvário, Jesus Cristo, foi considerado digno de abrir o livro e conhecer os desígnios de Deus. E Ele abriu os selos e vários acontecimentos fantásticos, que irão acontecer no futuro, passaram a ser relatados. 
Os 4 cavaleiros  (capítulo 6, versículos 2 a 8)
Os 4 primeiros selos correspondem aos famosos "Cavaleiros do Apocalipse", que já deram origem a filmes, livros e peças de teatro. Mas seu significado simbólico é um pouco diferente daquele que normalmente é indicado nessas obras: os Cavaleiros representam forças impetuosas que invadem a história humana.

O "Cavaleiro do cavalo branco" representa as forças do Mal querendo se passar por uma manifestação de Deus - por isso o cavaleiro usa a cor da pureza. Esse cavaleiro não pode ser Cristo, como alguns defendem, porque o texto diz que "foi-lhe dada uma coroa", indicando que o tipo de autoridade passada para ele é igual ao dado para os demais Cavaleiros, o que não faria sentido caso Cristo estivesse envolvido.


O Cavaleiro do cavalo branco representa a ação do Anti-Cristo, que será aceito por muitas pessoas como um novo salavador da humanidade, tomando, para elas, o lugar do próprio Jesus.

O "Cavaleiro do cavalo vermelho" simboliza discórdias e guerras. 
O "Cavaleiro do cavalo preto" significa escassez de comida, que encarece em muito o preço dos alimentos - o texto fala que um denário (o salário de um dia de trabalho) vai conseguir comprar apenas uma medida de trigo, o que não dará para alimentar uma família. Por isso as pessoas precisarão comprar comida de menor qualidade – no texto, a cevada. Isso nem leva em conta suas outras necessidades – moradia e roupas – que ficariam totalmente desatendidas. 

O "Cavaleiro do cavalo amarelo" representa a morte, que se segue à guerra e à fome fruto da escassez de comida, consequência da passagem dos cavaleiros anteriores. São citadas também as “feras da terra”, ou seja, os próprios seres humanos que exploram, enganam e matam seus semelhantes. A morte aqui não significa só o término da vida física, mas também a morte espiritual, pelo afastamento de Cristo. 
A perseguição aos fiéis (capítulo 6, versículos 9 a 11)      
O quinto selo refere-se àqueles que morrem pela sua fé em Cristo - os mártires. O texo fala das almas dos mártires "debaixo do altar", aguardando o momento em que serão vingados(as). Essa imagem toma por base o que acontecia no Templo de Jerusalém, onde o sangue dos animais sacrificados era jogado debaixo do altar dos sacrifícios.
O grande terremoto (capítulo 6, versículos 12 a 17)
O sexto selo fala de um gigantesco terremoto, quando os astros são abalados e caem sobre a terra - evidentemente, trata-se de um símbolo, pois as estrelas são maiores do que a terra e não poderiam “cair” sobre ela. O significado é que se trata de um evento tal como nunca houve e nem haverá outro igual na terra e, com ele, vem o fim da sociedade humana como a conhecemos. 

Os salvos (capítulo 7)
Há uma pausa no processo de abertura dos selos e a visão de João se volta para os salvos, cujo número é de 144.000 pessoas. Como já vimos na parte 2 deste estudo, esse é um número simbólico, que representa todo o povo de Deus, ao longo de toda a história do homem.
E é dito que 12.000 pessoas serão salvas de cada "tribo de Israel". Mas é importante perceber que há várias discrepâncias nas citações dessas tribos, em relação às tribos reais que aparecem no Velho Testamento. Isso ocorre porque se trata de uma lista simbólica que aponta para Jesus Cristo. Vejamos alguns exemplos dessas discrepâncias: 
  • A tribo de Ruben não é citada primeiro, embora ele fosse o primogênito. Judá é o primeiro a ser mencionado, pois essa é a tribo de Jesus, como descendente de Davi.
  • A tribo de Efraim, a maior e mais importante dentre todas, não é citada e isso acontece porque essa tribo foi a grande rival de Judá na história de Israel. Mas, agora não mais há qualquer competição possível, pois Judá é a tribo de onde veio o Messias.
  • Não havia tribo de José, cujo lugar entre as tribos de Israel foi tomado por seus dois filhos (Efraim e Manassés). Mas José é um símbolo para Jesus, pois ele sofreu (foi vendido como escravo) para poder salvar sua família da fome, quando se tornou o principal auxiliar do faraó.
O silêncio (cap. 8, versículos 1 a 6)
O sexto selo – o terremoto – significou o fim da história humana. Logo, a abertura do sétimo selo revela o que virá depois, ou seja o novo mundo. Mas, as revelações relativas à abertura do sétimo selo somente são apresentadas bem mais adiante no texto (a partir do capítulo 12), pois antes João explora as 7 trombetas, que reprisam os acontecimentos abrangidos pelos 7 selos.
Mas o sétimo selo começa com o silêncio absoluto. Ora, no céu, os anjos louvam continuamente a Deus e esse silêncio é surpreendente. Ele indica que a revelação do plano de Deus para a humanidade deve ser recebida com grande atenção e reverência (Habacuque capítulo 2, versículo 20). 

Um anjo então se dirigiu ao altar onde incenso era queimado e colocou nele as orações do povo de Deus. Depois atirou o fogo do altar na terra. O significado disto é que durante muitos anos, o povo de Deus repetiu "venha a nós o teu reino , seja feita a tua vontade". E finalmente essas orações estavam sendo atendidas. 
As trombetas e as taças (capítulos 8, 9,11 e 16)
As trombetas e as taças da ira são descrições paralelas ao que é relatado na abertura dos selos e ficaria muito longo detalhar aqui tudo que é dito no texto. 

Basta dizer que são lançadas sobre os seres humanos diversas pragas, sendo que várias delas repetem as pragas que Deus lançou contra os egipcios para conseguir tirar Israel da escravidão: por exemplo, águas transformadas em sangue, trevas, tumores e gafanhotos. Isto significa que Deus, com as novas pragas, está lutando para tirar o ser humano da escravidão das forças do Mal, que têm dominado o mundo. 

(CONTINUA)

terça-feira, 24 de setembro de 2013

UM ESTUDO DO APOCALIPSE - PARTE 4

Discernindo os tempos
Está próximo o fim do mundo e a segunda vinda de Cristo? Esta é uma pergunta que os cristãos tem se feito inúmeras vezes. E muitos momentos da história foram marcados pela percepção de que a consumação dos tempos estava próxima, causando grande impacto nas vidas das pessoas - por exemplo, na virada do ano 1000, as pessoas abandonaram sua vida normal e ficaram esperando esses fatos acontecerem. Por conta disso, a economia e a sociedade sofreram muito. 

Muitos cristãos hoje em dia acham que o final está próximo, mas essa posição não é unânime. Mas o que a própria Bíblia diz a respeito dessa questão? Jesus ensinou que ninguém sabe o dia nem a hora em esses fatos vão começar a acontecer, nem Ele mesmo sabia (Mateus capítulo 24, versículo 36)

Porém, Jesus incentivou as pessoas a discernirem os "sinais dos tempos” (Mateus capítulo 16, versículo 3) - isto quer dizer que é possível ter uma idéia aproximada do desenrolar dos fatos, prestando atenção a certos sinais, embora não seja possível precisar uma data para o final dos tempos. E há três sinais que podem ser notados nos dias de hoje, os quais parecem confirmar que esse final se aproxima. 

O primeiro deles é a a fundação do estado de Israel, ocorrida em 1948, quando os judeus puderam voltar para sua terra pela primeira vez desde o ano 70 (quando Jerusalém foi destruída pelos romanos). A reconquista de Jerusalém, ocorrida cerca de 20 anos depois, também foi prevista na Bíblia (Isaías capítulo 11, versículos 11 e 12). E o profeta Amós disse que, uma vez tendo retornado à sua terra, os judeus nunca mais sairão da Palestina (capítulo 9, versículos 14 e 15), o que vem se confirmando.

O segundo sinal é o crescimento dos ataques à Bíblia e à figura de Jesus, o que pode ser percebido nos escritos dos chamados "novos ateus", como Richard Dawkins ou Sam Harris, que consideram a religião cristã um dos maiores males da história da humanidade. 


Muitas pessoas vem se afastando da fé cristã, o que é especialmente notável entre as populações educadas dos países do primeiro mundo, como a Europa Ocidental - quanto mais ricas e desenvolvidas ficam as pessoas, menos elas acham que precisam de Deus.  

A cronologia dos eventos futuros
O texto do Apocalipse lista uma série de eventos futuros que culminarão no final dos tempos: 

  1. O aparecimento de diversos sinais, conforme comentei acima - são citados ainda na Bíblia, além dos eventos já mencionados, guerras e desastres naturais de grandes proporções. 
  2. O arrebatamento da Igreja, que é o encontro dos salvos com Jesus, antes da sua volta à terra. 
  3. A "grande tribulação", como Jesus chamou uma série de eventos catastróficos (Mateus capítulo 24, versículos 21 e 22) - Ele chegou a alertar que, se Deus não tivesse encurtado esse período, ninguém resistiria. Esse período também é caracterizado pela ação da Trindade Satânica (Satanás, o Anti-Cristo e o Falso Profeta). 
  4. A segunda vinda de Cristo, juntamente com a Igreja, para derrotar Satanás numa grande batalha. 
  5. O milênio, quando Cristo reinará com seu povo na terra por um longo período. 
  6. A última tentativa de Satanás e sua derrota definitiva. 
  7. O julgamento final. 
  8. A nova terra (nova Jerusalém) é instalada.
Nem todos os estudiosos concordam com a cronologia acima estabelecida – a estrutura dos fatos que apresentei é a mais tradicional, mas não é a única. As controvérsias mais importantes envolvem as seguintes questões:
  • O arrebatamento da Igreja: no esquema que apresentei acima, ela ocorrerá antes da grande tribulação, isto é a Igreja de Cristo não passará por esse período terrível – esta é a perspectiva chamada de pré-tribulacionista. Outra possibilidade é aquela que coloca o arrebatamento após a tribulação, indicando que a Igreja estará presente durante esses acontecimentos, perspectiva que é chamada de pós-tribulacionista. 
  • O milênio: há duas alternativas, sendo que uma importante corrente de pensamento - por ex. os presbiterianos e os católicos - defende que se trata do espaço de tempo entre a primeira vinda e a segunda vinda de Cristo, durante o qual Jesus já reina conosco, através da presença do Espírito Santo, corrente chamada amilenista. Aqueles que acreditam na existência do milênio como defini acima são chamados de milenistas
Os selos, as trombetas e as taças
A grande tribulação é caracterizada por uma série de eventos que demonstram a ira de Deus contra os desmandos da humanidade - o Apocalipse se refere a eles como a "abertura de 7 selos" (capítulo 5), o "ressoar de 7 trombetas" (capítulo 8) e o "derramamento do conteúdo de 7 taças" (capítulo 11). Não são acontecimentos sucessivos e sim a descrição dos mesmos eventos de forma diferente - é o que se chama de circularidade, pois o relato parece andar em círculos. Mas os selos dão mais atenção às tribulações dos salvos, dos gentios e do povo judeu, enquanto as trombetas e as taças mostram mais o impacto da ira divina sobre o mundo em si.

Mas, a grande tribulação também será um período de grande ação do Mal, liderada pelo Anti-Cristo, cujo relato começa no capítulo 13 e vai até o 19. Ou seja, os eventos descritos ali ocorrem em paralelo com os selos, as trombetas e as taças - sendo que o desespero gerado por essas catástrofes ajudam o Anti-Cristo a adquirir grande ascendência sobre as pessoas.

(CONTINUA)

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

UM ESTUDO DO APOCALIPSE - PARTE 3

As divisões do texto do Apocalipse 
No começo da visão, Cristo mandou João escrever "as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas" (capítulo 1, versículo 19). Isso caracteriza que o texto do Apocalipse tem três partes. A primeira - “... as coisas que viste” - refere-se à visão do próprio Cristo glorificado, que abre o texto no capítulo 1.  A terceira parte - “...as coisas que vão acontecer depois destas” - refere-se às profecias que Cristo passou para João, a partir do capítulo 4. Portanto, os capítulos 2 e 3 do Apocalipse correspondem à segunda parte do texto: “as coisas que são”. E isso corresponde às mensagens mandadas às 7 igrejas da Ásia. 

Em resumo, as três partes do texto são: a introdução do texto, incluindo a visão do Cristo glorificado; as mensagem dadas às 7 igrejas; e as profecias sobre o final do mundo e a volta de Cristo. 

As 7 cidades da Ásia Menor (capítulos 2 e 3)
A mensagem enviada a cada igreja segue sempre o mesmo padrão: indicação da igreja destinatária; apresentação de quem envia a mensagem (Cristo); julgamento (pontos fortes e fracos) da igreja; exortação e promessas (recompensas e/ou punições).

A mais longa das mensagens é dirigida à igreja de Tiatira, que ficava na cidade menos importante de todas. A mais curta foi endereçada a Esmirna, cidade muito famosa. Logo, não há relação direta entre a importância política, econômica e/ou social da cidade e o impacto espiritual da igreja nela situada na obra de Deus. 

Diversos comentários ou mesmo profecias refletem a situação geográfica, social ou econômica das cidades onde as igrejas se situavam. Éfeso era uma importante cidade com cerca de 250.000 habitantes. Ali ficava o templo da deusa Diana, considerado uma das 7 maravilhas do mundo antigo, que trouxe fama e riqueza para a cidade. 


Esmirna era uma importante cidade, onde ficava o maior porto marítimo da Ásia Menor. A cidade tinha diversos templos e outros prédios situados no topo do monte Tagos, conhecido como a “coroa” de Esmirna - há um paralelo sobre isso no capítulo 2, versículo 10, comparando essa “coroa” arquitetônica à “coroa” da vida (o que verdadeiramente importa). 


Pérgamo era a capital da Província romana da Ásia, famosa pelos seus grandes templos pagãos, incluindo um em honra do imperador romano, situado no ponto mais alto da cidade - vem daí a expressão "trono de Satã" (capítulo 2, versículo 13).


Tiatira era sede de uma guarnição romana, mas era relativamente pequena, se comparada a Pérgamo, por exemplo, mas tinha uma importante indústria de metal.


Sardes era uma das mais antigas cidades da Ásia Menor. No ano 17 foi destruída por um terremoto, tendo sido reconstruída pelo imperador romano Tibério - em agradecimento, a comunidade construiu um templo em honra dele. A advertência de Cristo de que viria como ladrão (capítulo 3, versículo 3) rememorou o fato que a cidade foi capturada de supresa, por seus inimigos, por duas vezes. A cidade tinha importantes indústrias para tingimento e manufatura de tecidos (veja referencia no capítulo 3, versículos 4 e 5).


Filadélfia era o centro da cultura grega na Ásia Menor e também tinha um papel comercial importante. Foi destruída pelo mesmo terremoto que atingiu Sardes e reconstruída pelo imperador Tibério. Para homenageá-lo, a cidade mudou seu nome para Neocesarea, posteriormente alterado para Filadélfia e depois para Flávia (veja referencia no capítulo 3, versículo 12). 


Laodicéia era um importante centro administrativo, comercial, bancário e de manufatura de produtos de lã. Tinha ainda uma escola de medicina, de onde provinha um colírio muito conhecido (veja referência no capítulo 3, versículo 18). A cidade era muito rica, por isso foi capaz de recusar subsídios governamentais, quando foi destruída por terremotos. A citação de que era morna espiritualmente (versículo 16) faz referencia às fontes de água quente de uma cidade próxima, Hierópolis, e as de água fria encontradas em Colossos. 


O problema com as igrejas cristãs ontem e hoje 

O texto do Apocalipse aponta três problemas importantes que essas igrejas enfrentavam: perseguição (Esmirna e Filadélfia); falsas doutrinas (Éfeso, Pérgamo e Tiatira) e complacência (Sardes e Laodicéia). 

Os mesmos três problemas continuam presentes na vida das comunidades cristãs. Continuam a haver perseguições, tanto físicas (p. ex. em países comunistas ou muçulmanos), como culturais (para muitos, o cristão é sempre atrasado culturalmente, preconceituoso e/ou intolerante). 

Complacência e acomodação costumam aparecer quando a comunidade já está constituída e com seus problemas financeiros devidamente equacionados. E é justamente essa situação privilegiada que pode se tornar um veneno - os países de primeiro mundo estão cheios de igrejas nessas condições, definhando lentamente.


Doutrinas estranhas, o terceiro tipo de problema, também continua comum. Algumas delas são importadas de fora do mundo cristão, mas acabam por ter enorme influência nele, pelas respostas fáceis que proporcionam - p. ex. as doutrinas esotéricas (Nova Era) e as terapias alternativas.


Mas doutrinas estranhas também acabam sendo geradas dentro da própria Igreja, levando muitas pessoas a se desviar do caminho certo. Um bom exemplo é a chamada doutrina da “confissão positiva” que defende a superação de quaisquer problemas físicos ou materiais se a pessoa tiver fé 
"suficiente".



A mensagem que Cristo enviou para aquelas igrejas foi válida naquela época e continua válida hoje em dia. Ela pode ser resumida da seguinte forma: não importa as circunstâncias da vida, mantenham-se firmes e não façam concessões ao Inimigo pois a vitória final certamente virá.

(CONTINUA)

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

UM ESTUDO DO APOCALIPSE - PARTE 2

A visão que o apóstolo João teve incluiu imagens terríveis do final dos tempos – terremotos, pestes, guerras, etc. Mas elas têm um significado teológico: quando Deus vier, toda oposição a ele será destruída. Em outras palavras, ela nos conta que a ação de Satanás já ocorreu - Jesus foi martirizado e morto -, mas a vitória final está plenamente garantida, pois Ele ressuscitou dentre os mortos e voltará para implantar o Reino de Deus. O texto, portanto, exorta os cristãos(ãs) a trabalhar e se engajar para contribuir na obra de Deus que já se desenrola diante dos seus olhos na história humana. 

As chaves para interpretação
O texto do Apocalipse é cheio de simbolismos e isso precisa ser levado em consideração na interpretação. Evidentemente, há trechos do texto em que cabe uma interpretação literal - p. ex. as 7 igrejas da Asia Menor, para quem o texto foi endereçado, eram comunidades cristãs reais -, mas na ma na maior parte do livro é preciso entender o significado dos símbolos.  

E há alguns aspectos a serem considerados nessa interpretação. O primeiro é a circularidade: o relato não é linear, ou seja a mensagem volta aos mesmos temas, como se o relato andasse em círculos. 

O segundo aspecto é o grande uso de referências do Velho Testamento - são mais de 400 ao longo do livro. Por conta disso, não é possível entender o Apocalipse corretamente sem também entender diversas coisas que são ditas na primeira parate da Bíblia. 

O terceiro aspetco é contexto: é preciso entender que o texto está inserido num período particular da história. Há claras referências nele ao império romano e às perseguições que o imperador Domiciano moveu contra os cristãos, bem como às tensões existentes entre o cristianismo e o judaismo. 

Sendo assim, para explicar os símbolos usados é preciso entender seu sentido para os cristãos(ãs). Veja a seguir uma lista de símbolos usados e seu significado: 
      -  Cor branca = vitória ou pureza.
-   Cor vermelha = violência, simboliza o sangue dos mártires
-   Cor preta = morte ou impiedade
-   Chifre = poder
-   Cabelos brancos = eternidade ou sabedoria
-   Trombeta = anuncia que Deus vai falar
-   Vestes talares (compridas) = dignidade, poder
-   Ouro = poder, realeza
-   Dragão = Satanás
-   Anti-Cristo = a Besta
-   número “3” = a Santíssima Trindade
-   “4” = totalidade (p. ex., os quatro cantos do mundo)
-   “6” = o homem (foi criado no sexto dia)
-   "666" = símbolo do Anti-Cristo
-   “7” = perfeição
-   “12” = o povo de Deus (Israel e a Igreja cristã)
-   “1000” = grande quantidade

Os números também podem ser multiplicados. Por exemplo,  
144.000 = 12 (Israel) x 12 (a Igreja) x 1000 (grande quantidade) = "o povo de Deus em todos os tempos".

O Cristo glorificado (capítulo 1, versículos 12 a 20)
João ouviu uma voz como que de trombeta, deixando claro que Deus queria falar diretamente com ele. Oara, a trombeta na Bíblia é usada com o significado de uma convocação de Deus - no livro do Êxodo, quando Moisés levou o povo para se encontrar com Deus no Monte Sinai, ouviram-se trombeta (capítulo 19, versículos 16 a 19).

João então viu Jesus Cristo glorificado, ou seja como Ele é hoje no Reino de Deus. A reação de João foi a de cair como morto, idêntica à dos profetas Isaías e Daniel quando tiveram visões desse tipo. Isso ocorre porque o ser humano, na sua impureza, não consegue ficar na presença gloriosa e santa de Deus.

Tal fato coloca em dúvida alguns relatos que são publicados sobre supostas visões que as pessoa tiveram de Jesus, onde Ele se comporta como um “amiguinho”. Jesus, o homem, não existe mais, pois quem vive hoje é o Cristo glorificado e vê-lo joga a pessoa por terra. Qualquer coisa diferente disso, contraria o que a Bíblia relata.

A pessoa que João viu era completamente diferente do Jesus humano, tanto que o apóstolo não o reconheceu de imediato. A aparência de Cristo é majestosa e João a descreveu através de vários símbolos: vestes talares e cinto de ouro (parte da vestimenta do sumo-sacerdote, significando que Cristo é o chefe da Igreja); cabelos branco como a neve (eternidade e sabedoria para julgar); olhos como chama de fogo (o ouro era refinado peloo fogo, portanto esse símbolo representa o conhecimento de Cristo, que vê o interior das pessoas); pés semelhantes ao bronze polido (força, poder e estabilidade, um claro contraste com os pés de barro da imagem do um falso ídolo que o profeta Daniel viu ); e da boca saía-lhe uma espada afiada (a Palavra de Deus).

(CONTINUA)

sábado, 14 de setembro de 2013

O DIA DO PERDÃO

Hoje, nossos irmãos judeus comemoram o "Dia do Perdão", festa de grande importância na religião judaica. Para homenageá-los, aí vai um texto que explica as bases bíblicas para essa comemoração. 
A comemoração do Dia do Perdão (Yom Kippur) é um mandamento perpétuo dado por Deus ao povo judeu, para marcar a oportunidade em que Deus julga os pecados de Israel e concede ao povo o seu perdão. 

Nesse dia, o pecado do povo era transferido para um bode expiatório (vem daí a expressão no popular), que levava sobre si esses pecadosPrecisamos lembrar que o sistema sacrificial, ao qual Israel estava submetido, previa duas fases para o perdão de Deus. Na primeira, as pessoas faziam seus sacrifícios regulares, onde ficava caracterizado seu desejo de serem perdoadas. O Kippur representava o momento inverso, onde Deus expressava sua vontade de perdoar o povo - era como se os sacrifícios regulares somente se completassem no Dia do Perdão. 

O ritual do Kippur  
Dois bodes semelhantes fisicamente eram separados para esse ritual.  Um era escolhido para oferta de pecado para Deus e outro para Azazel (o precipício de uma montanha alta). 

O primeiro bode era morto e seu sangue aspergido sobre a Arca da Aliança, que ficava no Santo dos Santos, o local mais sagrado do Templo de Jerusalém. Ali somente o sumo sacerdote podia entrar e apenas no Dia do Perdão - tanto assim que ele era amarrado com uma corda, antes de entrar, para ser puxado, caso algo de errado acontecesse. 

Sobre o segundo bode o sumo sacedote falava a seguinte oração: Deus eu agi de forma iníqua, transgredi, e pequei perante Ti: eu, minha casa, e os filhos de Arão [o Patriarca dos sacerdotes, irmão de Moisés] – teus santos. Deus, perdoa as iniqüidades que eu, minha casa, e os filhos de Arão – seu povo santo – cometeram perante ti, como está escrito na Torá [Pentateuco] de Moisés, teu servo, pois neste dia Ele vos perdoará, e vos limpará de todos os seus pecados perante Deus; e sereis limpos.”

Um sacerdote era então escolhido para levar esse bode a um precipício no deserto, sendo acompanhado em parte do caminho pelos homens mais proeminentes da comunidade. Diz a tradição judaica que o precipício (Azazel) era tão alto e de superfície tão áspera que, antes de chegar ao fim do precipício, as costelas do bode já estavam totalmente quebradas. Esse bode representava alguém que carregava consigo os pecados do povo, se afastando do Templo de Jerusalém (simbolicamente de Deus) e sendo lançado no precipício do inferno. 

O Yom Kippur hoje 
Como o Templo de Jerusalém destruído e nunca reconstruído, como fica a comemoração do Yom Kippur pelos judeus hoje em diaNa realidade, o sacrifício era apenas parte da celebração. Levítico capítulo 16, versículo 29, diz que as pessoas devem "afligir" suas almas nesse dia. O entendimento é que, ao se abster de alimento, a pessoa faz exatamente isso. Há vários outros exemplos de textos na Bíblia onde a expressão "afligir" a alma é usada para significar jejum, como Salmo capítulo 35, versículo 13 ou Isaías capítulo 58, versículo 3. 

Assim, todos os judeus considerados adultos (meninos acima dos 13 e meninas acima dos 12) devem 
jejuar. Esse jejum pode ser completo, parcial (apenas de alimentos sólidos) ou aquele que evita todos os alimentos, exceto verduras e frutas (o chamado "jejum de Daniel"). 

Dada sua importância, é considerada transgressão gravíssima trabalhar no Yom Kippur (por isto esse dia é também chamado o "Sábado dos Sábados"). A pessoa também não pode buscar entretenimentos, pois esse é um dia de aflição. 

As sinagogas promovem reuniões para que o povo busque o perdão em comunidade. O serviço possue três partes principais: Kol Nidrei, oração onde se pede perdão e anulação de todos os votos que as pessoas fizeram a Deus e não cumpriram; as orações de Ashamnue Al Cheit, para confissão dos pecados, tanto do povo, quanto individuais; e a Neilá, a conclusão do Yom Kippur, onde as pessoas têm a última oportunidade de se arrepender. Essa última parte da cerimônia também simboliza o julgamento de Deus.  

Paralelos com Jesus Cristo
O sacrifício do Yom Kippur tinha início com um banho de purificação pelo qual o sumo sacerdote (a quem cabia conduzir todo o cerimonial) obrigatoriamente passava. Assim também, Jesus iniciou seu ministério público sendo batizado por João Batista. 

O bode que era morto e tinha seu sangue aspergido sobre a Arca era uma símbolo precursor de Jesus - Ele teve seu sangue derramado na cruz e sua morte fez com que cortina,  que separava o Santo Lugar (onde os sacerdotes entravam diariamente) do Santo dos Santos (onde ficava a Arca da Aliança e só se entrava uma vez por ano), fosse rasgada demostrando que, a partir dali, todos passavam a ter acesso direto a Deus. 

O bode que era lançado no abismo também era um símbolo precursor de Cristo, pois Ele carregou nossos pecados e os tirou da presença de Deus. 

A grande diferença entre o cerimonial do Yom Kippur e Cristo é que o sacrifício desse último ocorreu apenas uma vez e foi suficiente para o perdão dos nossos pecados para sempre.

Com carinho